Depois que entramos e nos sentamos, uma onda de adrenalina finalmente começou a se dissipar, deixando um silêncio estranho dentro de mim. Meu coração, antes em disparada, aos poucos encontrou um ritmo menos caótico… mas ainda distante de algo que pudesse chamar de normal.
A sala do tribunal era grande, fria e impessoal.
Tudo parecia ecoar: o arrastar das cadeiras, o abrir de pastas, o pigarro de quem estava nervoso. Eu sentia cada som como se estivesse dentro de um aquário, ouvindo tudo de longe, distorcido, como se houvesse uma barreira entre eu e o mundo real.
Ronaldo não me deixou sentar sozinha na cadeira ao lado de Marcus, nem por um segundo. Ele deu um jeito de ocupar a poltrona estreita ao meu lado, ignorando completamente o desconforto, como se a proximidade fosse o único lugar possível para ele existir naquele momento.
Quando o julgamento teve início, o ar pareceu mudar. Ficou mais pesado, mais denso, quase palpável.
As vozes dos advogados passaram a preencher cada cant