Lara
No instante em que enviei a mensagem para Alexandre, me arrependi. Senti um peso no peito, como se tivesse acabado de cruzar uma linha sem volta. Meu celular vibrou quase imediatamente, e lá estava a resposta dele, rápida e direta, como sempre.
Alexandre: "Claro. Podemos nos encontrar amanhã às 18h no meu escritório. Estarei esperando."
Era isso. O jogo estava em andamento, e eu era uma das peças no tabuleiro dele. Passei o resto da noite tentando me preparar mentalmente, mas nada parecia suficiente.
No dia seguinte, fui para o trabalho como de costume, tentando agir como se tudo estivesse normal. No entanto, as horas pareciam se arrastar, e a ansiedade crescia a cada minuto. Quando o relógio marcou 16h, eu já estava repassando mentalmente o que diria a Alexandre.
Antes de sair, Júlia me puxou pelo braço.
— Você tá tão distante esses dias, mana. Tá acontecendo alguma coisa? — Ela me olhou com preocupação genuína, seus olhos castanhos cheios de curiosidade e apreensão.
— Só