Entre Relinchos e Vida
O mundo parece desacelerar ao meu redor. Cada segundo se alonga, pesado de dor e de urgência.
Théo está de joelhos ao meu lado, os olhos fixos em mim e a respiração entrecortada. Ele tenta manter a calma, mas eu reconheço o medo escondido nas pupilas dilatadas.
— Respira comigo, Luna, isso, respira devagar. Ele murmura, segurando minha mão com firmeza.
O suor escorre pelas minhas têmporas. As contrações vêm como ondas furiosas, e entre uma e outra, o som dos cascos preenche o campo como um trovão em câmera lenta.
Os cavalos selvagens cercam a clareira em um semicírculo perfeito. Eles não avançam.
Apenas nos observam, imóveis, como guardiões silenciosos.
Sombra está à frente do grupo. Sua crina negra se move com o vento, e seus olhos profundos, ancestrais, se fixam em mim.
Um relincho curto e grave corta o silêncio, e imediatamente os outros cavalos também relincham, em um eco poderoso que reverbera dentro de mim.
— Eles sabem… Sussurrou entre as dores.
—