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Terra de Memórias

Dois anos após a partida de Amanara.

O último dia de Lupita na fazenda.

O amanhecer chegou manso, como quem pede licença para entrar. Uma névoa fina cobria os campos, e o som dos galos era acompanhado pelo tilintar dos sinos espalhados pelo jardim da figueira.

Era uma manhã especial, Solene, mas serena.

A fazenda acordava para um ritual diferente, silencioso e sagrado:

A despedida de Lupita.

Ela estava sentada em sua cadeira de balanço, na varanda onde tantas vezes preparara receitas, acolhera crianças e contara histórias.

Os cabelos brancos estavam presos num coque simples.

Vestia um xale bordado à mão com flores vibrantes, presente de uma menina acolhida anos atrás.

Ao seu lado, Clara segurava sua mão. Em vez de lágrimas, havia gratidão.

— Tem certeza de que quer que a cerimônia seja hoje? Sussurrou Clara, com carinho.

Lupita assentiu, com um sorriso cansado, mas pleno.

— Quando o jardim floresce, a jardineira pode descansar.

—Eu só quero ir on
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