Ecos do Silêncio
O sol já havia subido quando Catalina chegou à ala recém-aberta do hotel fazenda, agora batizado de "Refúgio dos Sonhos". A ala infantil era ampla, com janelas altas, cortinas coloridas e cheiro de lavanda no ar.
Tapetes felpudos cobriam o chão de madeira, e brinquedos estavam organizados em caixas transparentes nas laterais.
Em uma das mesas, Martina lia histórias para dois irmãos de olhos grandes e assustados, que ainda não sabiam confiar em sorrisos.
Catalina sentou-se ao lado de uma garotinha de cabelos encaracolados, chamada Sol. Ela desenhava em silêncio, os traços intensos demais para a pouca idade.
— Isso é um monstro? Perguntou Catalina suavemente, apontando para o desenho em tons escuros.
Sol hesitou, depois assentiu.
— Ele fica aqui dentro. Respondeu, apontando para o peito.
— Mas quando a tia Maria me dá chá, ele dorme um pouquinho.
Catalina sorriu, engolindo o nó na garganta.
— Podemos desenhar algo que faça ele ir embora? Um escudo, talvez? U