Bastidores do Refúgio
O novo dia começou com o céu limpo e o cheiro de terra úmida pairando no ar. Enquanto as crianças corriam pelo jardim recém-plantado, brincando com folhas secas e pedras coloridas, nos bastidores do Refúgio, uma engrenagem invisível trabalhava com precisão cirúrgica. Nenhuma rotina era simples; cada gesto era planejado, cada recurso medido.
Heloís , atravessava os corredores ao lado de Camila, conferindo os estoques de fraldas, vitaminas e medicamentos. Ela sabia, como mulher que já perdera demais, que aquelas crianças não precisavam apenas de proteção, mas de alguém que as enxergasse por inteiro.
— Verifiquei as fichas das últimas triagens. Disse ela a Camila, com olhar atento.
— A Ana Paula está com sinais de desnutrição severa. A médica indicou dieta especial e acompanhamento diário.
Camila assentiu. E o Thiaguinho ainda tem pesadelos à noite. A psicóloga vai iniciar sessões lúdicas amanhã. Estamos revezando as leituras noturnas.
Mais adiante, Antônio, que