Narrado por Alonso
A dor latejava como um tambor dentro do meu corpo.
Cada ponto que o médico costurava na minha lateral parecia um lembrete de que eu falhei.
De que alguém me rastreou, alguém passou informação.
De que os malditos irmãos Marino estavam mais próximos do que eu imaginava.
Mordi os dentes com força enquanto a agulha atravessava minha pele.
O bisturi havia rasgado a lateral do meu abdômen.
O sangue ainda escorria devagar quando a gaze não era trocada rápido o suficiente.
Médico: — Foi por pouco. Se tivesse atingido dois centímetros mais à esquerda, teria perfurado o fígado.
Alonso: — Costura logo essa merda. Não quero palestra. Quero ficar de pé.
Médico: — Precisa de repouso...
Alonso: — O que eu preciso é saber quem passou minha localização.
Ele me olhou, hesitou, e fez o que eu mandei.
Silêncio.
Só o som dos instrumentos, do metal, do sangue sendo estancado.
Meu corpo queimava.
Mas não era só pela ferida.
Era pela humilhação.
Eu, Alonso Moreau, sendo atingido como um cã