Narrado por Marcos
Aquela assinatura maldita ainda queimava na minha memória. A caneta tremia na minha mão quando rabisquei meu nome nos papéis, e o sorriso de deboche do advogado do Marino parecia gravado a ferro na minha pele.
Eu assinei.
Fui forçado.
A porra do Dom da máfia italiana entrou na minha casa, me ameaçou na minha sala, me humilhou no meu próprio território. E eu não pude fazer nada.
Senti o gosto amargo da impotência.
Tentei segurar a postura. Tentei negociar. Jogar duro. Fazer ele pagar caro pela esposa que me tirou — que eu vendi, é verdade, mas foda-se. Ainda era minha. Era o meu nome que tava naquele documento até ontem.
Mas ele nem me deixou respirar.
Ares Marino.
O desgraçado entrou como se fosse dono do mundo.
E, naquele momento, era.
Pux