O ar dentro do Santuário da Lua parecia vibrar, como se as paredes feitas de pedra viva estivessem respirando junto com Annabelle. O trabalho de parto havia sido doloroso e intenso, não apenas no corpo, mas em sua alma. A cada contração, parecia que uma parte do universo estremecia, como se estrelas antigas chorassem nos céus.
Do lado de fora, a lua cheia brilhava em um tom prateado nunca antes visto. Seu clarão inundava as florestas, os rios, os desertos e até os campos devastados onde antes existiam alcatéias inteiras. O mundo inteiro parecia suspenso, aguardando o que estava para acontecer.
Então, finalmente, o choro ecoou.
Não era o choro comum de um recém-nascido. Era um som que reverberou como uma melodia antiga, que atravessou fronteiras, mares e montanhas. O choro da deusa nasceu carregado de luz. No instante em que a pequena criatura abriu os pulmões e respirou pela primeira vez o ar do mundo humano, o caos cessou.
A lua brilhou mais forte, como se tivesse descido do céu apen