Ponto de Vista de Benjamin
Eu nunca pensei que ver meu irmão beijando alguém fosse me afetar.
Mas quando vi Bernardo puxando Ema — ou melhor, quando ELA puxou ELE — algo dentro de mim se moveu.
O vínculo.
A marca.
O destino.
Era como se estivéssemos assistindo a algo que estava escrito antes mesmo de nascermos.
Ema, ofegante, com os olhos em chamas.
Bernardo, tentando desesperadamente se segurar, como se pudesse domar um lobo que nunca quis ser domado.
E eu… respirando fundo para controlar o meu próprio lobo.
Porque a minha companheira estava ali também.
Alice.
Sentada, encolhida, abraçando o próprio corpo, como se estivesse tentando desaparecer.
Os olhos dela estavam arregalados — não só pelo sequestro, mas pelo beijo.
Pelo jeito que Ema correspondeu.
Pelo jeito que Bernardo parecia feito para ela.
E eu senti ciúmes.
Não de Bernardo.
Mas da clareza.
Ele encontrou.
Ele sabia.
Eu também encontrei.
E ela estava me olhando como se eu fosse uma ameaça e não destino.
Eu dei um pas