O Refúgio estava em paz. Uma paz estranha, silenciosa, que não combinava com o peso que recaía sobre todos. Crianças corriam pelo pátio improvisado, lobos treinavam no campo aberto, bruxas entoavam cânticos para fortalecer proteções nas muralhas. À primeira vista, parecia que o vale era apenas um abrigo distante de toda a destruição.
Mas ninguém ali se enganava. Todos sabiam que aquela calmaria era passageira. Era apenas o fôlego antes do mergulho profundo, o sopro da lua antes da tormenta. Magnus não deixaria aquela afronta impune. Não após perder metade do seu exército, não após ver sua fortaleza invadida e seus prisioneiros libertados.
Andreas, o Rei Alpha, caminhava pelo alto da muralha de pedra, observando o horizonte. Seus olhos dourados brilhavam sob a luz do entardecer. Ao lado dele, Annabelle permanecia em silêncio, o vento balançando seus cabelos escuros. Ela sabia que o companheiro estava inquieto. Não era apenas a espera que o consumia, mas a certeza de que Magnus viria co