Annabelle Jones
Abro meus olhos devagar. A primeira coisa que sinto é o frio. Não o frio do vento, nem da noite, mas o frio de pedra úmida contra a pele, o frio de ferro mordendo meus pulsos. Minhas mãos estão erguidas, suspensas por correntes pesadas que tilintam com o menor movimento.
Demoro um instante para entender.
Uma cela.
Um espaço estreito, paredes de pedra cobertas por fungos, iluminadas apenas por tochas que crepitam do lado de fora. O cheiro de sangue, suor e podridão é sufocante.
O lugar é sujo e com cheiro de morte assim como os malditos que nos prenderão .
Desde que minha estava gerando minha filha sinto que não sou mais humana, meu olfato aguçado, minha audição melhorada, apenas para sabe onde estou.
Viro o rosto e meu coração quase para.
Meus filhos.
Os gêmeos estão deitados sobre o chão duro, os pulsos amarrados por correntes menores, ainda inconscientes. Suas pequenas faces estão pálidas, os lábios rachados. Tento chamá-los, mas minha voz sai fraca, rouca, qu