Meu nome já não importa mais. Fui sacerdotisa da Lua durante toda a minha vida, serva das ancestrais, guardiã dos rituais e do equilíbrio entre os mundos. E naquela noite… fui testemunha da queda do último santuário.
As pedras sagradas ainda queimam em minha memória. O cheiro de sangue e cinzas não me abandona, nem mesmo agora, enquanto me escondo entre as montanhas, amaldiçoada por ter sobrevivido quando tantas se foram.
Tudo começou com um uivo.
Não um uivo de lobo, mas de algo corrompido, distorcido, como se a essência da fera tivesse sido retorcida pelo ódio. Ele ecoou pelo vale e fez as paredes do templo vibrarem. As irmãs sacerdotisas se entreolharam, mas nenhuma precisou falar. Todas sabíamos: a guerra havia chegado.
O Rei Alfa ergueu-se diante dos portões, imponente, os olhos em brasas douradas. Ao seu lado, Annabelle segurava seus filhos gêmeos, que choravam, inquietos com a energia caótica que inundava o ar. Andreas Lykaios, sempre em silêncio, caminhava com a calma de um gu