Ponto de Vista: Ema
Quando o carro finalmente desacelerou e virou por uma estrada que parecia não existir nos mapas, meu estômago se apertou tanto que por um instante achei que ia vomitar. Eu e Alice estávamos no banco de trás, espremidas, cansadas, machucadas emocionalmente, e tentando não olhar muito para aqueles dois homens que, teoricamente, eram nossos sequestradores… mas que também pareciam não querer nos machucar de verdade. Era tudo tão confuso.
Benjamin dirigia e lançava olhares preocupados pelo retrovisor, quase como se estivesse checando se eu e Alice ainda continuava ali — como se tivesse medo de que nós duas sumisse de repente. Bernardo estava ao lado dele, inquieto, apertando o volante imaginário entre as mãos. Eles não falavam. Nenhum dos dois. E isso, por algum motivo, me assustava mais do que se estivessem gritando.
Quando passamos por uma espécie de portal entre duas pedras enormes, senti um estalo nos ouvidos, como quando um avião sobe. A luz mudou. O cheiro mudou