Ponto de vista:
Eva
A noite estava fria, envolta por um véu espesso de neblina, como se o próprio mundo tentasse esconder segredos antigos. Eva caminhava lentamente pelo cemitério isolado no interior, onde a terra úmida parecia engolir os passos. As bruxas sempre sentiram que ali havia algo estranho, um silêncio que não era natural, mas imposto. E agora, com o nome de Celina surgindo no passado de Mara, ela precisava ver com os próprios olhos.
O portão de ferro rangia quando empurrado, e o cheiro de ferrugem se misturava ao da terra molhada. Eva passou a mão por sua capa escura e avançou, os olhos atentos ao redor. Ela sentia o peso das sombras, como se estivessem observando seus movimentos.
— Celina … — murmurou, quase num sussurro, como se invocar o nome fosse perigoso.
Encontrou o túmulo após alguns minutos. Uma lápide antiga, coberta de musgo, marcada apenas com um nome gravado em letras tortas: Celina e um símbolo da lua. Nenhuma data, nenhuma lembrança. Apenas um nome solitári