Vinte e cinco anos se passaram desde que Selene, a filha de Annabelle e Andreas, desapareceu misteriosamente. Cada dia sem ela era um peso insuportável, uma ferida aberta que jamais cicatrizou por completo. O tempo não amenizou sua dor; pelo contrário, deixou marcas mais profundas. O brilho nos olhos de Annabelle havia diminuído. O sorriso espontâneo que um dia iluminou o refúgio agora era raro, reservado apenas para seus filhos gêmeos, Benjamin e Bernardo, que aos 36 anos assumiam a responsabilidade de manter tudo funcionando no Refúgio dos Híbridos.
O Véu, erguido por Annabelle anos atrás com a ajuda das bruxas anciãs, protegia o refúgio das ameaças humanas e sobrenaturais. Era uma barreira invisível, impenetrável aos olhos alheios, mas extremamente exigente. O poder necessário para mantê-lo ativo drenava a energia de Annabelle constantemente, tornando cada dia mais difícil continuar. Ela sentia uma fadiga que ia além do físico; era uma exaustão que consumia a alma, a memória e até