A noite estava silenciosa no refúgio. O ar frio da madrugada deslizava pelas janelas entreabertas, e apenas o som constante da respiração suave de Annabelle preenchia o quarto. Deitada ao seu lado, ela parecia mais frágil do que jamais deixava transparecer em público. Sua pele pálida, o brilho debaixo dos olhos e a forma como se agarrava ao cobertor mostravam o quanto o Véu a consumia dia após dia.
Andreas se apoiou em um dos cotovelos e ficou apenas observando-a. Cada fio de cabelo escuro espalhado sobre o travesseiro lembrava-o de como ela fora forte ao longo de todos esses anos. Rainha, mãe, companheira. Ela nunca fraquejou diante dos súditos, dos aliados, nem mesmo dos inimigos. Mas ali, diante dele, sem máscaras, era apenas a mulher que carregava o peso de uma perda impossível de curar.
“Como está cansada a minha companheira…”, pensou ele, passando os olhos pelo rosto sereno de Annabelle. “Depois de tudo que enfrentamos, de todas as guerras, alianças, traições… e, acima de tudo,