Em meio aos poucos focos de luz que ainda resistiam à escuridão da noite, Eidan caminhava de volta ao assentamento. Seus passos eram silenciosos e pesados, carregando consigo o peso esmagador da dor e da humilhação. Cada movimento parecia relembrá-lo do quão cruel era a sua existência diária. Enquanto avançava pela trilha lamacenta, sua mente se voltava para a memória da floresta, um refúgio onde a chuva incessante, o sussurro das folhas e o cheiro terroso ofereciam, por instantes, uma liberdade que ele nunca conseguira experimentar por muito tempo. Naquelas lembranças, ele era livre, longe das correntes que o prendiam a um destino cruel.
Ao alcançar o portão de madeira desgastado, o olhar desconfiado dos habitantes do assentamento se fixou nele como se sua presença fosse um erro imperdoável. Os rostos marcados pelas cicatrizes de tempos difíceis se contorciam em expressões de receio e hostilidade. Vozes ásperas romperam o silêncio da entrada, exigindo respostas que Eidan tentava – em