Tupã mergulhou nas sombras, seu corpo desmaterializando-se em fiapos de escuridão, cada salto uma facada de frio e vertigem, como se o mundo se dobrasse e desdobrasse a seu redor. Ele surgiu em clareiras iluminadas pela lua, em florestas onde o ar pesava com o cheiro de terra molhada, e em esquecidas ruínas, até que seus pés encontraram uma estreita trilha. Esta serpenteava por uma rochosa colina.
As pedras afiadas cortavam o céu.
Como dentes de um antigo predador.
Abaixo, o Vale Negro se estendia, uma mancha de escuridão tão densa que quase engolia a luz da lua. Tupã hesitou por um momento, sentindo o peso daquela escuridão.
Como um presságio.
Ele parou à beira do precipício, seus pés sobre a rocha fria e irregular. Seus olhos, como brasas sob a penumbra, fixaram-se no horizonte sombrio que se estendia à frente.
O vale abaixo era... uma abissal cicatriz na terra — um deserto morto.
Onde nem mesmo o vento ousava soprar.
A paisagem aparentava ter sido esvaziada de vida, como se o própri