O cheiro metálico do sangue ainda impregnava meus dedos.
Mesmo depois de limpá-los na borda da minha capa escura, eu ainda podia senti-lo ali. Um lembrete de que, apesar do tempo que passou, eu ainda era apenas uma sombra à espreita.
Eu montei meu cavalo e cavalguei sem pressa através da floresta, ouvindo apenas o som ritmado dos cascos contra a terra úmida. A lua cheia pendia no céu como um olho atento, observando minha jornada até o local onde o feiticeiro me esperava.
Eu sabia que ele não gostava de ser feito de tolo.
Que esperava resultados.
E eu finalmente os tinha.
Quando alcancei a clareira, o ar pareceu se tornar mais denso, carregado com uma energia obscura que fazia os pelos da minha nuca se arrepiarem. A fogueira crepitava no centro, as chamas dançando de uma maneira antinatural, tingidas de um roxo sombrio.
Ele já estava ali, envolto em seu manto negro, o capuz escondendo grande parte de seu rosto.
— Demorou mais do que deveria — sua voz cortou o silêncio,