O vento cortava a floresta como uma lâmina invisível, uivando entre as árvores altas, como se fosse uma criatura à procura de algo que perdera há muito tempo. Eu era pequena demais para entender o que acontecia, mas naquela noite tudo parecia estranho. Era como se a própria terra respirasse errado, inquieta. O medo se espalhava no ar, tocando cada folha, cada ramo, enquanto eu observava meus pais com os olhos arregalados.Meu pai, Alistar, o antigo líder do Clã Lunar, mantinha os ombros rígidos, os olhos fixos no horizonte. Minha mãe, Lira, aparentava calma, mas sua expressão carregava uma gravidade que deixava meu peito apertado. Não compreendia o peso das palavras sussurradas dentro da nossa cabana de madeira, isolada no coração da floresta, mas sabia — com a certeza que só os instintos oferecem — que algo estava errado. A noite estava mais escura. Mais pesada. Como se o próprio céu conspirasse contra nós.— Eles vão nos encontrar, Alistar— disse minha mãe, a voz baixa, mas carregada
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