O cheiro de magia corrompida enchia o ar. Denso. Podre. Uma neblina púrpura rastejava pelo campo de batalha como uma serpente viva. Eu a sentia tentar se enroscar nas raízes da minha alma, mas a empurrei de volta com um rugido vindo do meu centro.
Meu olhar atravessou o caos até encontrá-lo.
Ele.
O homem que um dia partilhou comigo o ventre. O mesmo rosto, os mesmos olhos. Mas tão diferentes agora. Eu era lobo. Ele era sombra.
Ele me viu também. E sorriu.
Aquela curva fria dos lábios, que nunca pertenceu a mim. O sorriso que um irmão não deveria dar ao outro. Ele caminhou entre os corpos, abrindo espaço como se o próprio campo de batalha o temesse.
— Caelum. — Sua voz era baixa, mas ressoava nos ossos. — Eu sabia que nos encontraríamos aqui.
Parei à sua frente, firme. Os sons da guerra sumiram. Como se o mundo prendesse o fôlego.
— Sempre soube que terminaria assim entre nós, irmão.
— Ah, você sempre foi bom em prever tragédias, não é? — Ele deu um passo adiante. — Mas nunca