CAPÍTULO 156.
Eliyahu Prokhorov
O resultado chegou como esperado. Três dias depois, o médico mandou o laudo completo, e tanto eu quanto Francisco recebemos o e-mail ao mesmo tempo. Posso imaginar o que ele sentiu ao abrir o documento e ver a verdade escancarada ali, fria, matemática, irrefutável: Darina é filha dele.
Não demorou para ele me ligar, a voz engolindo qualquer formalidade, pedindo — ou melhor, exigindo — um encontro com ela. Eu aceitei, é claro. Não por generosidade. Mas porque às vezes é preciso deixar o cão lamber o osso que não pode mastigar.
Marquei para sábado, e avisei Darina com antecedência que não deveria sair — apenas disse que teríamos uma “visita importante”. Ela não gostou, mas como sempre, obedeceu.
Francisco chegou no horário marcado. Postura ereta, corpo ainda atlético para alguém nos seus sessenta e tantos anos, mas havia cansaço em seu rosto. Cansaço e descontrole. Aposto que discutiu com a esposa. A verdade é que Alice recebeu uma paulada emocional que talvez nunca su