A meio do caminho para a casa da irmã de Darina, cruzo com Gregor. Está com a nossa equipe de limpeza, e o silêncio entre nós é compreensivo. Não é preciso dizer nada quando sabemos o que esperar. Estacionamos os três carros na rua estreita e mal iluminada, próximos à casa. A noite está úmida, e o ar carrega o cheiro de tempestade prestes a cair — ou talvez seja o cheiro de sangue fresco que meus sentidos já reconhecem à distância.

Sou o primeiro a sair e andar até a porta. Está destrancada. Meu punho empurra a madeira e ela cede com um rangido que me parece uma súplica.

O cheiro de ferro e desespero me atinge como uma parede. Dou dois passos e vejo Darina. Meu coração, normalmente indiferente, bate mais forte. Lá está ela, com seu cabelo afro grande, volumoso, tingido de vermelho — não por tinta, mas por sangue. Veste uma regata de basquete vermelha com o "USA" e o número "9". Jeans claros e rasgados. Tênis brancos agora tingidos de escarlate. Tudo nela está manchado, até a alma.

Ela