Nos braços do meu ogro novamente.
Eu estava sonhando com o meu ogro.
Nós estávamos no nosso quarto, deitados, um nos braços do outro. O sorriso de Theo estava leve, e o simples toque de seus dedos na minha pele me transmitia uma calma que há tempos eu não sentia. Rania saltitava de alegria dentro de mim, contente por estarmos outra vez nos braços do nosso companheiro. Ela se comunicava com Ryle e gargalhava de algo que ele dizia, e aquele som fazia meu coração se encher de paz.
Tudo parecia perfeito. O quarto estava banhado por uma luz suave, o cheiro de Theo misturado ao meu, o calor do seu corpo me envolvendo como um refúgio. Mas, lá no fundo, eu sabia que aquilo não era real. Que era apenas um sonho.
No fundo da minha mente, havia uma voz insistente me dizendo que eu precisava acordar, voltar para o mundo real — um mundo cheio de dor, de pessoas ruins, de perdas que ainda sangravam. Um mundo onde eu teria que lutar para me manter em pé, para tirar minha mãe, Iris e a mim mesma daquele inferno.
Mas eu não queria.