AURORA SUMMER
— Meu Deus, você acordou, querida. — minha mãe murmurou entre lágrimas, correndo para o lado de Maju.
— Graças a Deus. — meu pai soltou um longo suspiro de alívio, enquanto permanecia imóvel, ainda processando o momento. Eu fiquei do outro lado da cama, observando minha amiga com o coração acelerado.
— Água. — a voz dela saiu seca, quase um sussurro. Num impulso, corri para buscar um copo.
— Vou chamar o médico. — anunciou meu pai antes de abrir a porta e desaparecer pelo corredor.
Mamãe pegou o copo da minha mão e levou o canudo aos lábios de Maju, guiando-a com cuidado. Ela bebeu o quanto pôde, depois se recostou, os olhos confusos percorrendo o quarto.
— O que estou fazendo aqui? Quem são vocês?
Nos entreolhamos, eu e minha mãe, um frio percorrendo minha espinha. Será que o acidente…?
— Como assim, Maju? Somos sua família. Esta é a mamãe e eu sou Aurora, sua melhor amiga, praticamente uma irmã. — minha voz carregava esperança, na tentativa de alcançar a memória dela.