Naquela noite, a lua estava baixa e cheia. Um brilho pálido invadia pelas janelas cobertas apenas por cortinas finas. O frio da floresta parecia congelar o mundo do lado de fora, mas lá dentro, tudo queimava.
Adam fechou a porta do quarto, encostando-se à madeira como se quisesse conter o tempo. Ana estava de pé diante da janela, vestindo apenas uma camiseta dele, os pés descalços sobre o assoalho gelado. O cabelo solto caía pelos ombros, e ela parecia feita de sombra e luz. Tão viva, tão frágil. Tão perigosa para qualquer um que ousasse machucá-la de novo.
— Eu pensei que... depois do que aconteceu, você quisesse espaço — disse Adam, cauteloso.
— Eu quis — respondeu ela. — Mas agora só quero sentir algo que não seja culpa.
Ela se virou devagar. O olhar dela o atravessou como lâmina.
— Fica comigo, Adam. Me faz lembrar de como é sentir prazer. Desejo. Vida.
Ele não hesitou.
Se aproximou, lentamente, deixando que o silêncio dissesse tudo o que não sabiam expressar em palavras. Quando s