Capítulo 73

Os primeiros dias na Casa de la Llum passaram como tinta escorrendo suave sobre tela crua.

Barcelona parecia se abrir mais a cada passo.

Allegra acordava cedo, fazia café forte, passava manteiga nos pães artesanais que vinham de uma padaria vizinha e seguia com Lucca até o El Taller.

A residência artística não era um lugar comum.

Era um organismo vivo.

Artistas de diversas partes do mundo compartilhavam não só o espaço — mas os silêncios, os processos, os fracassos e os brilhos súbitos da criação.

Na terça-feira, Allegra passou horas observando um pintor marroquino criando retratos com espátulas.

Na quarta, trocou experiências com uma escultora francesa que trabalhava apenas com materiais reciclados.

E na quinta…

algo nela começou a mudar.

Foi quando, ao tentar pintar uma mulher caminhando entre sombras e flores — uma imagem que havia sonhado —, suas mãos decidiram abandonar os contornos previsíveis.

— O que tá acontecendo comigo? — murmurou, com o pincel ainda em mãos.

A pintura toma
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