Acordei com o som do vento batendo de leve na janela e o calor do corpo de Lucca ao meu lado.
Estávamos deitados no tapete da sala, cobertos por uma manta xadrez e embalados pelo restinho de calor da lareira. A luz do sol filtrava pelas cortinas com delicadeza, como se soubesse que a gente precisava de um amanhecer calmo.
Ele ainda dormia, os cabelos bagunçados e uma mão estendida entre os meus cabelos, como se mesmo em sonho quisesse manter o toque.
Observei por alguns segundos.
Como pode alguém caber tão perfeitamente num lugar que antes era só silêncio?
Me mexi devagar, tentando sair sem acordá-lo. Mas ele resmungou baixinho e puxou o cobertor de volta.
— Já vai fugir? — murmurou, com a voz ainda rouca de sono.
— Vou só preparar café. O chão tá gelado.
— Você é calor suficiente.
Ri. Me levantei mesmo assim.
Fui até a cozinha e acendi a chaleira. Preparei o café com calma, cortei pão, coloquei queijo, um potinho de mel, e voltei com tudo numa bandeja. Ele já estava sentado, esfregan