Capítulo 11

Acordei com o peso leve de Louis deitado sobre minhas costas. O gato ronronava como se fosse dono do universo, suas patinhas amassando meu moletom como um padeiro apaixonado pela massa.

— Louis, você está muito confortável pra quem não paga aluguel — murmurei, virando de lado.

Ele apenas bocejou, com a altivez de quem não devia satisfações a ninguém. E, por algum motivo, aquilo me fez rir de verdade.

Ainda sonolenta, puxei meu caderno e um lápis de cor que tinha pego da gaveta de Sophia no dia anterior. Comecei com traços leves. As orelhas dele, uma bola meio torta, olhos grandes demais. Um rascunho de gato que parecia mais um pão embolado com pernas.

Mas era ele. Era nosso momento.

Assinei pequeno no canto da página: L. & A. — Paris, manhã azul.

Desenhar Louis não era sobre arte. Era sobre voltar a sentir a minha mão criando algo. Qualquer coisa. Era sobre voltar a me pertencer.

Levantei, lavei o rosto, tomei um café rápido — e, depois de muito tempo, prendi o cabelo com aquele lenço
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