Santiago do Chile.
Uma cidade que sempre pareceu parada entre montanhas e memórias.
Lucia desembarcou com Adriana e Elena, mas seguiu sozinha para o ponto de encontro.
Selene fora clara: só ela.
Era noite quando chegou à pequena casa nos arredores da cidade.
Portão de ferro enferrujado, fachada apagada, vizinhança silenciosa demais.
Lucia apertou a campainha.
Três toques curtos.
A porta se abriu com um estalo.
E ali estava ela: Selene Rocha.
Rosto marcado.
Olheiras fundas.
Mas os olhos — vivos, indomáveis.
— Mancini — ela disse, sem cerimônia. — Entre.
Aqui ninguém escuta. Só fantasmas.
Lucia entrou.
O cheiro era de cigarro, café velho e alguma coisa antiga demais pra ser definida.
Havia fotos rasgadas nas paredes, livros empilhados, uma chaleira no fogão.
— Quer chá?
— Quero a verdade — respondeu Lucia, tirando o casaco.
Selene deu uma risada amarga.
— Então vai doer.
—
Sentaram-se frente a frente.
Selene acendeu um cigarro.
Lucia ligou o gravador.
— Fale tudo.
Com seus termos.
Seu r