Serena encarava o pen drive como quem encara uma adaga envenenada.
Giulia.
Sempre ela.
Mesmo morta, ainda jogando.
Ainda movendo peças.
Dante entrou na sala, notando a tensão.
— Já viu o que tem?
— Não.
E sinceramente… estou considerando nunca ver.
— Não é do seu feitio fugir da verdade.
— A questão é: essa verdade é minha?
Dante se aproximou.
— Você a criou, Serena.
Mesmo que não tenha dado à luz.
Você limpou o sangue, ensinou a respirar, matou por ela.
Se isso não faz de você mãe… nada mais faz.
Serena fechou os olhos por um instante.
Depois conectou o pen drive.
A tela piscou.
Um único vídeo.
Sem título.
Ela deu play.
A imagem tremia um pouco.
Era uma filmagem antiga, em preto e branco.
Chiara estava deitada numa cama de hospital, pálida, suando.
Giulia ao lado, filmando.
— Vai dizer o nome ou vai continuar fingindo que essa criança veio do nada? — a voz de Giulia.
— Você não entende. Ele não pode saber que ela existe.
— Por quê?
— Porque ele é a única pessoa neste mundo que eu…
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