A consciência voltou como um trem de carga batendo em um muro de carne. Uma dor latejante na nuca, uma boca seca como areia e a sensação de movimento. Muito movimento.

Meus olhos se abriram para um teto de carro escuro. O cheiro era de couro novo, gasolina e um leve perfume de jasmim. Eu estava deitado no banco de trás de um SUV em movimento, as luzes da estrada cortando a escuridão em listras hipnóticas.

— Ele acordou.

A voz era feminina, jovem, mas carregada de uma seriedade que não combinava com a doçura do perfume. Virei a cabeça, um movimento que enviou novas agulhas de dor pela minha coluna.

No banco do motorista, uma visão me paralisou. Era Elysa. Não, não era. Era uma versão mais jovem, com os cabelos longos e soltos sobre os ombros, mas os mesmos olhos violeta, a mesma linha decidida da mandíbula. Astéria. A irmã mais nova. A cópia. Ela segurava o volante com uma confiança que falava de anos de estrada, seus olhos