A confissão ainda pairava no ar, pesada e doce como o cheiro de ferro e vinho tinto. Elysa tinha aceitado. Não com palavras de amor, mas com um “É meu” que ecoou nas minhas entranhas como um decreto divino. O medo nos seus olhos transformara-se em algo mais perigoso, mais intoxicante: posse. E eu estava faminto por ser possuído.
Não houve transição suave. O desejo, um animal enjaulado desde o momento em que a vi tremendo naquela mesa, rompeu as grades. Um rugido baixo escapou da minha garganta quando a agarrei pelos quadris e a levantei como se não pesasse mais que uma pena. Seu corpo arqueou contra o meu, um gemido abafado saindo dos seus lábios enquanto eu a depositava com força deliberada sobre a mesa de jantar ainda suja. Pratos vazios, talheres manchados de gordura rosada e as taças de vinho quase cheias foram empurrados com um estrondo metálico. A madeira sólida e fria contra as costas dela, o meu calor sobre ela – o contraste era eletrizante.— Leo… — Ela su