Matheus Narrando
Senti a raiva subir como lava quente. Minha mão apertou os punhos debaixo da mesa com tanta força que os nós dos dedos ficaram brancos. Cada músculo do meu corpo parecia gritar para sair dali e acabar com aquela imposição absurda. Pamela estava ali, sorrindo com aquele ar de superioridade, e eu sabia que ela ouviu cada palavra que soltei entre dentes, quase sem fôlego:
— Vai sonhando… eu nunca vou me casar com você. Eu não aceito esse casamento arranjado que vocês estão tentando me impor.
Ela congelou por um instante, e pude ver a incredulidade passando pelo rosto. Era como se tivesse me subestimado, como se achasse que eu era apenas mais um peão nesse jogo doentio. Mas eu não era. Eu nunca seria.
Sem esperar qualquer resposta, me levantei em um rompante. A cadeira bateu contra a madeira do chão com um estrondo seco, e a conversa na sala inteira parou por um instante. Não me importava. Não me importava com Otaviano, nem com Pamela, nem com os olhares surpreso