Henrique engoliu em seco. O garfo ainda estava na sua mão, mas ele se apressou em colocá-lo sobre o prato, limpando os lábios com o guardanapo e tentando recuperar alguma dignidade. Levantou-se de imediato.
— Prazer, senhora…
Maia ergueu a mão, cortando o cumprimento dele no ato.
— Não precisa. — disse com firmeza, a voz clara e gelada. — Fique onde está.
Henrique piscou, desarmado. Tentou rir de leve, mas o som morreu na garganta. A mulher atravessou a sala, puxou uma das cadeiras e se sentou diante dele, com movimentos que exalavam autoridade. Não era apenas o jeito de mãe protetora, havia ali a imponência de quem sempre esteve cercada de poder e não aceitava menos do que o melhor.
— Então… — ela começou, apoiando os cotovelos na mesa e entrelaçando as mãos. — É você o homem que minha filha anunciou como noivo, em plena reunião de conselho?
Henrique respirou fundo. Estava acostumado a escapar de perguntas difíceis, mas aquela mulher não parecia do tipo que engolia respostas vagas. E