O helicóptero surgiu no horizonte como um inseto negro, cortando o céu que já se fechava em nuvens pesadas. O vento que suas hélices levantavam fazia o capim se deitar, chicoteando os tornozelos de Isadora. Ela protegeu o rosto com a mão livre e a outra continuava agarrada a Henrique.
O homem do casaco falou rápido com um dos sequestradores. Gesticulava na direção do avião, que começava a ser reabastecido por dois rapazes usando galões e mangueiras improvisadas. O ronco baixo das turbinas voltou a vibrar no ar.
— Peguem as bagagens deles — ordenou o homem, apontando para um dos cúmplices.
Henrique arqueou a sobrancelha.
— Então pelo menos vamos ter roupa limpa? Que cavalheiros.
O comentário arrancou um sorriso involuntário do sequestrador mais baixo, que logo o escondeu. Depois de perguntar como eram as bagagens deles, as malas foram retiradas do porão do avião e colocadas no chão, perto deles.
— Vocês dois vêm comigo. O avião vai sair com o resto. — A voz do homem do casaco era baixa