A frase “vamos mudar o destino deste voo” espalhou um arrepio coletivo. As pessoas trocaram olhares aflitos, algumas mãos se ergueram automaticamente para segurar o braço do vizinho de poltrona, como se isso pudesse impedir a queda livre de um avião a milhares de metros do chão.
— Mudança de destino… Será que dá pra pedir Paris mesmo assim? — murmurou, só para Isadora ouvir.
Ela o fulminou com o olhar.
— Se você não calar a boca, eu mesma vou implorar pra eles te levarem primeiro.
— Justo — respondeu ele, sorrindo de canto.
O sequestrador mais baixo varreu o corredor com o olhar. Agora parecia mais nervoso: os dedos batiam no cilindro improvisado, e um filete de suor escorria pela lateral de seu rosto.
Isadora fechou os olhos por um instante, respirou fundo, focando no ritmo do motor. Mas o coração batia rápido demais para ela fingir que aquilo era um voo comum.
Na fileira à frente, uma menina pequena puxou a manga da mãe.
— Mamãe, eles são maus?
A mãe respondeu baixinho, abraçando-a: