O frio da manhã a despertou. Svetlana abriu os olhos lentamente, sentindo o peso em suas pálpebras. Por alguns segundos, sua mente flutuou numa névoa de confusão, desorientada pela penumbra do quarto e pelo leve aroma amadeirado que impregnava os lençóis. Olhou para o teto e seu coração deu um salto. Reconheceu imediatamente. Era o quarto de Dante.

Um arrepio percorreu suas costas quando ela virou a cabeça e o viu ao seu lado, dormindo, sua respiração profunda e ritmada. O peito nu subia e descia com uma calma irritante. O pânico a atingiu com força. O que tinha acontecido na noite anterior? Seu corpo se tensionou enquanto uma torrente de lembranças a assaltava. Fragmentos dispersos, conversas, seu próprio cansaço vencendo sua resistência... Mas quando baixou o olhar e viu suas roupas intactas, exalou um suspiro de alívio. Nada tinha acontecido.

Com movimentos cautelosos, deslizou para fora da cama, certificando-se de não fazer barulho. Seu instinto dizia que devia fugir, afastar-se d