Capítulo 31

Otávio Narrando.

A confusão parecia ter congelado o tempo. Só percebi o que estava acontecendo quando vi Olívia emergindo da piscina, encharcada, com o vestido grudado ao corpo e o olhar perdido. As pessoas ao redor olhavam, riam, cochichavam… como sempre fazem diante da desgraça alheia.

Caminhei rápido até a beirada e estendi a mão pra ela.

— Me dá a sua mão, Olívia — pedi, com a voz baixa, mas firme.

Ela hesitou por um segundo… parecia entre a vergonha e o orgulho ferido. Mas acabou segurando minha mão com força, e eu a ajudei a sair da água, tentando cobri-la com meu paletó na mesma hora, como se aquilo fosse capaz de devolver a ela alguma dignidade.

— Tá tudo bem... — murmurei, mais pra mim do que pra ela. Mas antes que eu pudesse dizer qualquer outra coisa, ouvi um grito desesperado vindo do outro lado.

— Alice! — alguém chamou.

Virei para trás no mesmo instante e a cena me acertou como um soco: Alice caindo desacordada, no meio de um grupo de gente apavorada.

Solt
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