Wei narrando
Saímos da hospedagem em silêncio. A pressa era inevitável — Dorian guiava pelos becos estreitos, Selene mantinha o olhar atento às sombras, Alaric fechava a retaguarda. E ela… Lua ao meu lado, mas não dizia nada.
O silêncio dela era diferente. Pesava. Queimava.
Eu a sentia, mesmo sem querer. O coração acelerado, o cheiro doce da raiva misturada à tristeza. E aquilo me corroía por dentro, porque eu sabia que era por minha causa.
Ela não falava, mas eu podia ouvir os pensamentos dela gritando, como se o laço nos arrastasse para dentro um do outro. O peito dela doía, e de algum modo isso me atingia também.
Apertei os punhos dentro do casaco. Não podia admitir. Não podia me deixar afetar. Ela precisava acreditar que eu não me importava — que o único motivo de eu permanecer era o laço e nada mais.
Mas a verdade… a verdade é que cada passo silencioso dela me deixava perturbado.
Eu nunca fui obrigado a conviver com ninguém. Sempre vivi nas sombras, sozinho, moldado para