Capítulo 22 - Brincar com fogo.
Dante Bianchi
Meus punhos explodiam contra o saco de pancadas como se cada golpe fosse uma válvula de escape. O som seco do impacto preenchia o espaço abafado da academia, misturando-se com minha respiração pesada e o chiado rítmico da minha exaustão.
Meu corpo estava em chamas — suor escorria pelas costas, marcando a camiseta preta colada ao meu peito, e meu sangue pulsava como se tivesse engolido gasolina. A adrenalina era minha droga favorita. E eu estava viciado na sensação de controle que ela me dava.
Golpe. Golpe. Outro direto. Aquele saco à minha frente poderia muito bem ser a cara de qualquer um que ousasse cruzar meu caminho errado. Ou, pior ainda, a de quem ousasse encostar no que é meu. Só de pensar, minha mandíbula travava.
Quando senti os músculos começarem a falhar levemente — o limite chegando — dei um último soco, forte o suficiente pra ecoar, e dei um passo pra trás. Respirei fundo, tentando domar a fera dentro de mim. Segui até o frigobar ao canto da sala e