— Alô?
— Mãe... — minha voz falhou de imediato.
— Ana? Que voz é essa? O que aconteceu, filha?
Fechei os olhos com força.
— Mãe, por favor... vem pro hospital. Eu não consigo mais... Eu preciso de você.
Houve uma breve pausa do outro lado da linha.
— Estou indo. Agora mesmo.
Algumas horas se passaram até que vi, pelo vidro da porta, minha mãe chegando acompanhada de Gabriel. Assim que ela entrou e me viu sentada em uma das cadeiras, com os olhos inchados e o rosto abatido, parou no meio do caminho.
— Meu Deus... Ana...
Ela veio até mim com os braços abertos, e eu não consegui dizer nada. Apenas me deixei abraçar. Gabriel se aproximou devagar, em silêncio.
— O que aconteceu? O que o médico disse? — minha mãe perguntou, já chorando antes mesmo da resposta.
— É câncer, mãe... — minha voz saiu fraca. — Um linfoma. Ele... ele vai precisar de tratamento. Quimioterapia e mais um monte de outras coisas.
Ela levou as mãos à boca, os olhos marejados.
— Não... meu netinho, não... — sussurrou. —