Meus olhos o encararam, marejados.
—Não, meu amigo. Não acabou. – Falei soltando um respiro fundo e me virei para ir até Charlie.
Eu a peguei no colo e a abracei forte. Com alívio e dor ao mesmo tempo.
A pequena envolveu os braços no meu pescoço e naquele instante, minha mente foi em quem agora me preocupava.
Ellie.
Eu acariciei os cabelos de Charlie e por um momento, todo o mundo se esvaiu ao meu redor. – Era só eu e ela. Pai e Filha.
—Papai, eu estou com medo! – Disse ela entre lágrimas.
Era algo novo para mim.
Charlie sempre pareceu tão passiva, alheia ao que não deveria prestar atenção, mas naquele instante, ela pareceu estar entendendo tudo.
Encostei meu queixo na cabeça dela a apoiando contra mim enquanto eu andava para longe daquela bagunça, ignorando a todos.
—Calma filha. Acabou. Vamos ver a mamãe agora!
E andava vagarosamente com ela em meus braços tentando ser seu porto seguro, quando de repente, um carro parou ao nosso lado e buzinou.
—Ei filho, com esses passos de garoto