O silêncio entre nós parecia uma corda tensa, prestes a arrebentar. Os passos de Dante ecoavam pelo piso de mármore, e cada batida parecia acompanhar o ritmo acelerado da minha respiração. Ele não dizia nada, mas a tensão no ar era tão densa que quase parecia ter forma.
Desde o início do contrato, Dante mantinha distância — frio, controlado, inalcançável. Mas naquela noite havia algo diferente. O olhar dele já não era apenas análise; era fogo contido, algo perigoso.
— Está com medo, Isabela? — perguntou, com a voz baixa o suficiente para me fazer arrepiar.
— Não costumo temer quem tem medo de si mesmo — respondi.
A expressão dele mudou por um instante — apenas um músculo na mandíbula se contraiu — mas foi o suficiente. Eu o tinha provocado, e ele sentiu.
Ele se aproximou, devagar, até sua respiração roçar o espaço perto do meu pescoço.
— Não confunda coragem com imprudência — murmurou. — Quem acha que está no controle, às vezes já foi dominado.
Minha pele reagiu antes da minha mente.