A porta do apartamento se fechou atrás deles com um estalo seco. Yanika largou as chaves na bancada da cozinha e soltou o ar que nem percebera que estava prendendo. Aarow jogou o casaco no encosto do sofá e se aproximou por trás, abraçando sua cintura como se nada tivesse acontecido nas últimas semanas.
— Acho que... estávamos com saudade disso, não? — ele murmurou contra seu pescoço.
Ela hesitou.
Parte dela queria se entregar à ideia de que tudo poderia voltar ao normal. Que os sumiços, os silêncios, a frieza repentina e as insinuações maldosas tinham sido só uma fase. Mas outra parte — a que observava demais, que sentia além da superfície — já estava inquieta.
— Eu ainda tô chateada com o que aconteceu no carro — ela sussurrou, desviando o rosto.
Aarow apenas sorriu, e aquele sorriso a irritou. Era o tipo de sorriso que não se desculpa, apenas manipula o momento. Ainda assim, ele a puxou gentilmente, e ela cedeu. Fizeram amor ali mesmo, no sofá. Mas foi rápido. Técnico. Sem olhos no