O sol já não aquece. E ele sente.
O sol se punha atrás dos prédios, tingindo o céu com tons quentes que contradiziam tudo o que Yanika sentia por dentro. Ela estava na varanda do apartamento que dividia com Aarow, os dedos brincando nervosamente com a alça da xícara de chá esquecida na mesa. O coração apertava. A dor não tinha nome — era um aperto constante, uma angústia que se misturava com vergonha e medo.
Nos últimos dias, Aarow parecia... diferente. Menos horas fora, menos mensagens escondidas, menos brigas. Como se estivesse tentando, ou fingindo melhor.
— Aarow? — ela chamou baixinho, quase com culpa, a voz tremendo.
Ele saiu da sala, ajeitando a camisa com desdém. Lançou um olhar que queria ser carinhoso, mas havia algo cruel naquele rosto que ela já não conseguia ignorar.
— O que foi, Yanika? — perguntou, sem emoção.
— Eu quero acreditar que você está mudando... que ainda podemos ser felizes — ela sussurrou, com esforço.
Ele sorriu, leve, superficial.
— Eu não quero fil