O sol se punha atrás dos prédios, tingindo o céu de um tom quente que parecia contradizer tudo o que Yanika sentia por dentro. Ela estava na varanda do apartamento que dividia com Aarow, os dedos nervosos brincando com a alça da xícara de chá esquecida na mesa.
Nos últimos dias, ele parecia diferente. Talvez estivesse tentando, ou apenas enganando-a melhor. Menos horas fora, menos mensagens escondidas, menos brigas. Parecia que queria mudar — ou pelo menos fingir.
— Aarow? — chamou baixinho, com a voz trêmula.
Ele saiu da sala, ajeitando a camisa, e lançou um olhar que tentava ser carinhoso.
— O que foi, Yanika? — perguntou.
— Eu quero acreditar que você está mudando... que ainda podemos ser felizes.
Ele sorriu, suave, mas sem chegar perto.
— Eu não quero filhos, você sabe disso. Mas quero a gente, de algum jeito.
Yanika engoliu a dor que apertava no peito. Não ser mãe era um dos maiores desgostos dela, e ver ele tão firme nisso só tornava tudo mais difícil.
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Numa noite, enquanto A