Ruby
A água era tão azul que parecia mentira.
Do alto do avião, a ilha de Andrew era só um ponto verde cercado por turquesa no meio do mundo. Quando pousamos, o vento quente e salgado veio na minha cara, bagunçando meu cabelo ruivo. Desci a escadinha com o coração disparado. Eu, que até outro dia morava num apartamento com teto rachado, agora estava pisando numa ilha particular com o meu novo marido.
— Essa ilha é sua? — perguntei, ainda na escada.
Andrew tirou os óculos escuros, mãos nos bolsos, camisa de linho clara. Sorriu como se aquilo fosse a coisa mais simples do mundo.
— Inteira. — Estendeu a mão. — E, pelos próximos dois meses, é nossa.
Nossa. A palavra ecoou dentro de mim.
Um carrinho elétrico nos levou por uma estradinha de areia entre palmeiras. A mansão apareceu de repente, casa branca, muito vidro, linhas simples, piscina infinita se juntando com o mar. Atrás, uma parede de floresta.
— Bem-vinda ao único lugar onde eu desligo o mundo — ele disse, abrindo a porta de vidro