Capítulo 236
Ruth Collins
O salão já estava cheio — e o ar, denso de vozes, risadas e cigarros acesos demais.
As mulheres da máfia desfilavam com vestidos cintilantes, joias de valor duvidoso e sorrisos falsos; os homens, de terno escuro e olhares que pareciam medir uns aos outros como se todos ali fossem possíveis inimigos.
Albert, como sempre, era o centro.
Falava baixo, firme, dominando o ambiente com uma calma que só os perigosos de verdade têm.
E eu, de repente, era o ornamento ao lado dele.
— Ruth, esse é o senhor Conti. — apresentou, virando-se pra mim. — Um velho conhecido da família.
O tal Conti era alto, cabelos grisalhos penteados com exagero, e um sorriso que me pareceu mais um exame.
O olhar dele viajou do meu rosto até a bainha do vestido, demorando-se mais do que qualquer cortesia permitiria.
— Encantado, senhora Jones. — disse, estendendo a mão.
O toque foi frio, intencional.
— Igualmente, senhor Conti. — respondi, devolvendo com