Bruna caminhava descalça pela areia fria, o vestido longo colando-se às pernas úmidas e salgadas pela maresia. A noite estava silenciosa, quebrada apenas pelo som manso das ondas se desfazendo na praia deserta.
O coração batia descompassado, como se quisesse fugir do peito e escapar dali, correndo mais rápido do que ela poderia suportar.
Cada passo era um esforço, não pela distância, mas pelo peso invisível do desejo e do medo misturados.
O beijo, o maldito beijo, ainda ardia na sua boca como uma chama viva, indomável.
Por que havia deixado acontecer? Por que, depois de tanto esforço para se manter distante, bastaram poucos segundos, o toque de uma mão na sua cintura e aquele olhar que parecia lhe despir inteira, para que ela se rendesse?
E então, com a mesma velocidade, ela se afastou, assustada com a força que não sabia que ainda tinha dentro de si.
Subiu a pequena escada de madeira da pousada, sentindo as tábuas rangerem